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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Irritação

É o modo como bebe o sumo do pacote, a hipocrisia com que finge estar doente de uma perna, a forma como coxeia e as palavras de gato matreiro, de quem diz uma mentira e acha que ninguém percebe. Irritante!

Sempre com queixas e manifestações mesquinhas de quem está doente de morte. E que vai ser operado e mascarado e observado. E que está tão mal.

Procurar a pena dos outros, com pena de si mesmo. Irritante, desonesto, manipulador.

E fingir que se é muito atencioso e mostrar-se sempre empático. E que ajuda toda a gente. FINGIR!!!

E continua a beber a porcaria do sumo. E a irritação aumenta de volume e de espaço e de tudo. E sobe até quase sair e se soltar. E então quando começa a conversa sobre os relógios... UI! Dá-me vontade de vomitar.

E depois penso. E relativizo. Oiço uma música e respiro fundo. E está lá tudo...

Relaxo!

1 comentário:

  1. A irritação provém de uma sensação de frustração, de uma incapacidade de resolver os problemas interiores. Acontece quando algo do passado fala mais alto, quando se pensa que todos são iguais a todos e que ninguém é diferente. Todos são julgados pela mesma bitola!
    Comete-se o erro do costume: julgar os outros sem os confrontar directamente com a verdade! Resolve-se tudo através da forma mais fácil. Porquê? Muitas vezes tem-se medo da verdade, de encarar as pessoas! Medo da nossa própria felicidade!
    Acreditar naquilo que se quer, sem dúvida, cria irritação! É sempre o caminho mais fácil! E não esquecer que, quando se vê as coisas por esta perspectiva, todas as realidades nos parecem fingimentos! Tudo mesmo! O melhor amigo é o maior inimigo! O coxo parece ser saudável, o prestável por natureza parece… irritante!!! Medo de saber a verdade! E, afinal, o coxo estava mesmo coxo e o ser prestável era mesmo prestável…

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